Agosto de 1984. O boêmio Nei Parada Dura estava indo
pra casa depois de uma farra no Bar Xorimã, quando viu um sujeito espancando
violentamente uma mulher em plena Avenida João Alfredo (atual Djalma Batista). Como era de madrugada e a avenida estava completamente deserta, o sujeito ia
acabar matando a mulher se ninguém acudisse.
Apesar
de estar bêbado, Nei estacionou o carro, desceu e já foi pagando geral:
–
Deixa de ser covarde, filho de uma égua! Vem bater num macho igual a ti!
Antes
que o sujeito percebesse o que estava acontecendo, Nei já havia lhe dado um
tapão no pé do ouvido e uma rasteira. O cabra se desmanchou no chão.
Ágil
como um gato, Nei Parada Dura caiu em cima do sujeito e quando ia começar a lhe
quebrar a venta, recebeu um duro golpe de mangará de banana no meio das costas.
Ele se virou pra trás pra saber o que estava acontecendo.
Desferindo
novos golpes de mangará contra ele, a mulher não parava de gritar:
–
Para de bater no meu marido, nego safado! Para de bater no meu marido, nego
safado!
Nei
Parada Dura ficou injuriado.
–
Ah, aquele escândalo todo que vocês dois estavam fazendo na rua era briguinha de
casal, é? Pois agora os dois vão entrar na porrada pra aprenderem a não fazer
palhaçada em via pública!
E
encheu de porrada o marido e a mulher.
Depois,
entrou no carro e foi embora, com a certeza do dever cumprido.
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