terça-feira, 2 de junho de 2015

196 SOFRÊNCIA


Numa roda de pôquer no clube Ypiranga, Nei Parada Dura, que tinha ojeriza à gente “peruando” na mesa, recebe de mão um four de damas. Às suas costas, um sujeito vê o jogo e discretamente lhe dá um cutucão nas costelas como se dissesse “bota fudendo, que eu te empresto a pica...”.

Impassível, Nei Parada Dura dispensa o four na mesa e pede novas quatro cartas do crupiê.

Surpreendido pela presepada, o sujeito deixa escapar um gemido de dor, quase um uivo involuntário:

– Nãããoooo!

E Nei Parada Dura, deliciado:

– Sofre, peru filho da puta! Sofre, peru desgraçado, filho de uma rampeira leprosa com gonorreia no cu! Sofre, miserável!

O sujeito se afastou da mesa quase correndo.

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